Abaixo, apresentamos o resumo do capítulo 01 da dissertação de mestrado intitulada "Unidade demonstrativa de restauração ecológica introduzida em agroecossistema degradado no alto rio São Lourenço, Campo Verde-MT". Essa pesquisa foi desenvolvida pelo Mestre em Engenharia Agrícola (UFMT) William Pietro de Souza.
A pesquisa procurou caracterizar a
produção de sementes, provenientes de fragmentos florestais presentes na zona
rural de Campo Verde-MT. Essa caracterização ocorreu em termos de produção de
sementes e de riqueza de espécies vegetais. Foram selecionados três fragmentos
florestais caracterizados como Floresta Estacional Semidecidual. Em cada
fragmento instalaram-se cinco coletores, confeccionados com canos PVC e tela de
nylon (malha de 1 mm ×1 mm), com 1 m², erguidos a 80cm do solo. O material foi
coletado mensalmente e, posteriormente, ocorreu a separação dos frutos e
sementes dos demais materiais (galhos, folhas, flores, insetos, etc.). As
sementes foram quantificadas, e separadas conforme a síndrome de dispersão,
modo de vida e categoria sucessionais. Determinou-se a densidade, frequência
absoluta, índice de diversidade e equitabilidade. Ao todo foram obtidos 3622
sementes, pertencentes a 74 táxons. As maiores densidades de sementes foram
observadas durante os meses de setembro, outubro e novembro. As lianas Gauania
sp. Fridericia speciosa, Heteropterys sp e Distictella sp responderam, com
55,95% do total de sementes aportadas. Das espécies que compõem a chuva de
sementes, a maioria não é dispersa pelo vento (74%), todavia, quando verificado
a quantidade de diásporos coletados, as formas dispersas pelo vento são
predominantes (76%). Visando o processo de recuperação florestal, citam-se como
táxons importantes para a recomposição florestal na região do Capim Branco
(Campo Verde-MT): Tachigalia rubiginosa, Siparuna guianensis, Nectandra sp.,
Cordia alliodora, Alibertia sp., Terminalia brasiliensis e Myrcia sp,
representantes dos grupos das arbóreas que apresentaram as maiores produções de
sementes e pela abundância na chuva de sementes. Essas espécies devem ser alvo
de estudos mais específicos relacionados ao potencial das mesmas para a
recuperação de ambientes degradados, considerando as Áreas de Preservação
Permanente e Reservas Legais.